Numa floresta, um macaco observava do alto de uma árvore uma cena que lhe intrigava: um tigre, grande e forte, todos os dias saia para caçar e depois de muito correr e lutar com vários animais, ele acabava conquistando sua refeição com muito sofrimento.
Trazia sua caça para baixo da árvore onde ficava o macaco e lá se saciava de tanto comer. Quando o tigre já estava satisfeito ele caminhava até uma clareira por perto e deitava para dormir enquanto fazia sua digestão.
Enquanto isso, uma raposa sorrateira, tentando não ser percebida pelo tigre, buscava os restos da caça limpando tudo e não deixando mais nada para o tigre, que, quando acordava, percebia que para matar a sua fome deveria sair à caça novamente.
Isso acontecia todos os dias, sendo observados pelo macaco que inconformado resolveu um dia indagar o Tigre (claro, de cima da árvore):
- Senhor Tigre, todos os dias, eu vejo o senhor acordar cedo e sair para um desafio difícil de conseguir o que comer, e só no final do dia retorna com seu alimento, depois de um sofrimento extremo. Enquanto isso uma raposa, que não faz nada o dia todo, acomodada e relaxada, aguarda o senhor trazer o seu alimento e comer tudo que poderia lhe servir para o dia seguinte. Por que o senhor não elimina logo essa parasita ou cria maneiras para que ela não lhe roube? Assim, morrendo de fome, ela mesma deverá sair para buscar a própria caça.
O tigre bocejou e respondeu ao macaco:
- Saiba, que eu sei das atitudes da raposa, e a vejo a todos os dias comendo os restos da minha caça. Ela come o resto, mas ao mesmo tempo, ela limpa todo o lugar onde moro e me alimento, não deixando assim doenças e sujeiras. Ela não quer trabalhar e se aproveita da minha atitude de vida, que prefiro lutar e conquistar tudo na minha vida. Entenda que "cabe as raposas serem raposas e aos tigres serem tigres". Eu jamais gostaria de deixar de ser tigre e passar a ser uma medíocre raposa.
Fábula adaptada pelo professor Meier Frangiotti Cesca.
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