sábado, 3 de setembro de 2011

O Ferreiro de Espadas...



Um antigo ferreiro da Idade Média era artesão de espadas para reis, cavaleiros e grandes guerreiros.

O processo de fazer espadas trata de uma dura e suada tarefa que comporta um sofrimento inigualável.

Durante dias o ferreiro martela uma única espada, colocando-a em brasas encadecestens, batendo nelas com duras e pesadas marretas e esfriando-as com água, por várias e várias vezes. Depois de muitos dias fazendo uma espada, quando está quase terminada, sua lâmina num desses três processos ou de esquentá-la, ou de batê-la, ou de esfriá-la, o seu ferro pode vir a rachar e nesse caso todo o seu trabalho se torna inútil, porque essa lâmina é irrecuperável, então o ferreiro a joga num canto junto com todas as outras espadas que falharam na sua estrutura cujo o aço não era forte nem resistente o suficiente para se tornar uma espada vitoriosa nas mãos de reis ou grandes cavaleiros.

Esse ferreiro que possuia muitos problemas, todas as noites abria a janela, olhava para o céu estrelado e dizia em um baixo volume capaz de ser capitado somente pelos seus ouvidos:

Eu recebo nesta oficina o aço ainda não trabalhado e preciso transformá-lo em espadas. Você sabe como isto é feito? Primeiro eu aqueço a chapa de aço num calor infernal, até que fique vermelha. Em seguida, sem qualquer piedade, eu pego o martelo mais pesado e aplico golpes até que a peça adquira a forma desejada. Logo, ela é mergulhada num balde de água fria e a oficina inteira se enche com o barulho do vapor, enquanto a peça estala e grita por causa da súbita mudança de temperatura.

Tenho que repetir esse processo até conseguir a espada perfeita: uma vez apenas não é suficiente.

O ferreiro deu uma longa pausa, pensou um pouco mais e continuou: As vezes, o aço que chega até minhas mãos não consegue agüentar esse tratamento. O calor, as marteladas e a água fria terminam por enchê-lo de rachaduras. E eu sei que jamais se transformará numa boa lâmina e espada. Então, eu simplesmente o coloco no monte de ferro-velho que você ve na entrada de minha ferraria. Mais uma pausa e o ferreiro concluiu:

Durante minha vida eu sei que cometi muitos erros, que sou acomodado, preguiçoso e não faço tudo que poderia fazer, nem para o meu proveito, nem para o proveito de meus irmãos, entendo que por isso sofro como se marteladas fossem dadas na minha cabeça todos os dias, sentindo por vezes a minha vida raxar ao meio.

Eu venho lhe pedir, que continue martelando a minha estrutura até que eu entenda e aprenda tudo que tenho que aprender e fazer. Nunca desista de mim, me esquecendo num canto sujo e enferrujado até a minha morte.

Muitas vezes, quando estamos sendo forjados do puro aço para a forma de uma espada com o melhor fio de corte, sentimos as dores, as angústias, o desânimo, a solidão, tristezas por vermos que nossos amigos nos abandonaram, vevemos em lágrimas e profunda depressão, sem que ao menos alguém venha e nos estenda as mãos, e então concluímos que fomos abandonados e até exotados como cães sardentos, e nos vemos à beira do poço ou no mais profundo dos abismos, e então, alguém muito especial, vem e nos lança as mãos, e ainda nos mantém vivos para continuar nos forjando melhor, para que sejamos a melhor das espadas, e que tenhamos forças para sobrevivermos coisas ainda maiores que hão de acontecer.

Portanto, se você está enquadrado nesse meio, não desista, persista, tenha fé, esperança e coragem. Ainda que apareça alguma rachadura na sua estrutura, você é capaz de superá-la e ter uma vida vitoriosa.

Parafraseando um Texto que li em um livro, não lembro o autor, nem o livro.

By Meier

2 comentários:

  1. Nossa! Estava procurando exatamente estas palavras para meus preceitos de vida. Eu acredito muito que pessoas são como espadas. Devem sempre estar afiadas para qualquer momento na vida possam estar preparadas.
    Obrigado!

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