Deus é Puro Amor e isso explica TUDO.
É só uma explicação, sem pretensão nenhuma.
Mas explica o que? Tudo.
VOCÊ ACREDITA EM DEUS?
Sou professor de Filosofia e dou
aula desde dois mil e três, hoje, agosto de 2024, 21 anos de profissão. Como
professor de filosofia naturalmente temos que entrar em todos os aspectos da
vida humana, e ao ensinar sobre os filósofos e suas teorias, acabam surgindo
vários questionamentos dos alunos em sala de aula. Em uma aula bem
desenvolvida, o questionamento mais comum no momento que estou saindo da sala
é: “professor, o senhor é ateu?” Ou “o senhor acredita em Deus?”
Aqui cabe explicar que já fui
ateu, influenciado por meus professores, principalmente nas universidades que
frequentei e com base em muitos filósofos, junto com acontecimentos da minha
vida, acabei questionando a existência de Deus.
Daria para desenvolver uma
ilimitada discussão sobre razões e justificativas, mas por Puro Amor não farei
isso aqui e no decorrer do assunto espero que fique claro para todos o porquê
não cabe nenhuma discussão.
Mas vou dar a resposta que eu
“dava” depois que deixei de ser ateu: “Já fui, mas estudei bastante e voltei a
acreditar em Deus”. E então eu tinha que explicar: quando a gente estuda muito,
passamos a acreditar na ciência e automaticamente começamos a duvidar da
existência de Deus. Também o fato de estudar vários filósofos que questionam a
existência de Deus (ainda: todas as atitudes erradas cometidas por algumas
igrejas no decorrer da história, faz com que coloquemos tudo em um mesmo buraco
em nossas cabeças – Deus, Jesus, Bíblia, religião, igrejas, fiéis, padres,
pastores, bispos, seitas – onde julgando que tudo é mesma coisa, acabamos nos
afastando e criticando “toda ideia” relacionada com o “desconhecido” ou com
“divindade”). Mas quando você não fica
estagnado e continua estudando muito, a própria ciência começa a te demonstrar
que Existe Algo Mais, além do “um mais um é igual a dois”, não só pelo fato de
ainda não existir explicações para muitas questões, mas principalmente porque
percebemos que certos assuntos jamais serão explicados. Até o que a ciência
entende como encerrado, por ceticismo de professor de filosofia, verificamos
que na ciência muito se cogita por teoria e pouco se prova na prática.
Aliás, é o comum na sociedade
atual: há muitas teorias que somos obrigados a aceitar, mas no trabalho de
campo, ou no viver a vida na prática, descobrimos que essas teorias são falhas,
ou mesmo absolutamente erradas. Não vou me debruçar muito sobre esta discussão,
mais uma vez, por Puro Amor - a mim mesmo (risos). E agora percebi que por Puro
Amor, muitas questões, surgirão e muitas não irei responder neste trabalho,
porque poderá criar mais conflitos e discussões, que não é minha intenção ao
tentar explicar o Puro Amor.
Com o tempo passei a responder
diferente: “eu acredito em Deus, mas não no mesmo Deus que vocês” – levando em
consideração que o que eu acreditava sobre quem era Deus, seria muito diferente
da crença das demais pessoas. Hoje eu acho essa resposta errada, mas minha
intenção na época era demonstrar isso, que o Deus que eu acreditava, era
diferente das crenças que eles tinham sobre Ele. Por exemplo, eu era avesso à
ideia de que Deus serviria como prestador de serviços, ou seja, aquele que
realiza tudo que queremos, quando a vida aperta por alguma necessidade. Eu
dizia: “nós tratamos Deus e Jesus como encanadores, que quando o cano da pia
estoura, pedimos para Eles uma imediata solução”. O Puro Amor, hoje, me fez ver
que eu estava errado, espero conseguir explicar mais adiante.
Qual minha resposta hoje? Depende
da situação. Mas normalmente eu respondo um simples “sim”. Por Puro Amor não me
aprofundo na resposta. Se o questionamento partir para uma conversa amigável,
fora do contexto de aula e da própria sala de aula, eu tento demonstrar várias
teorias, inclusive filosóficas, mas sem tentar convencer ninguém de nada, por
Puro Amor. Inclusive pelo fato de ter sempre entendido que como professor eu
não devo convencer meus alunos de teorias, nem minhas, nem de ninguém mais.
Sempre acreditei que eu devo ensinar meus alunos os vários conhecimentos e
teorias existentes, e deixar que eles optem por escolherem acreditar em algo, a
partir de experiências deles próprios. Eu não sabia disso na época, mas hoje eu
entendo que essa minha atitude faz parte do Puro Amor.
PURO AMOR?
Primeiramente temos que entender
o que é o Puro Amor. Parece óbvio, mas não se trata “da ideia” que acreditamos
como óbvio. Vou tentar fazer uma definição trazendo várias ideias que me
levaram a acreditar que Deus é Puro Amor. Mas o que mais me convence desta
ideia é que o fato de Deus ser Puro Amor “EXPLICA TUDO”. Não deixa arestas. Preenche
todas as lacunas. Pelo menos até agora não encontrei uma contestação
significativa. Mas se houver um dia alguma indagação sem resposta, por entender,
como Sócrates, que devo acreditar que “Nada Sei”, sempre estou disposto a mudar
de opinião, se for convencido disto. E como Sócrates, hoje entendo que aquele
que pensa saber tudo não está aberto a aprender mais nada, portando não evolui.
ÁGUA NO DESERTO
Precisamos entender que sempre
vai ser muito difícil explicar Deus, e mais difícil ainda entendê-Lo. Mesmo
existindo milhares de textos tentando explicá-Lo.
Sempre que tenho oportunidade
entre parentes, amigos e colegas, eu conto a história da Água no Deserto
(parafraseando a Alegoria da Caverna de Platão):
“Era uma vez um Monge, que em uma
de suas viagens acabou ficando perdido no Deserto. Depois de algum tempo sua
água acabou, fazendo ele passar muita sede. De repente, ele acabou sendo
encontrado por uma tribo que viveu a vida toda no meio do deserto e nunca
tinham visto ou experimentado água. Como o Monge estava com muita sede, a única
coisa que ele dizia era “água, água, água, água. Como as pessoas da tribo não
conheciam o que era, eles demonstraram para o Monge sua falta de compreensão do
que ele estava pedindo. Então o Monge, desesperado, pegou uma caneca encheu de
areia e começou a derrubar de volta ao solo, tentando demonstrar o que era
água. Eles não entenderam. Mais desesperado ainda, o Monge começou a pegar a
caneca e encher a boca de areia. As pessoas, então, ao verem essa atitude, começaram
a falar e gesticular uns com os outros, demonstrando que o Monge estaria
louco.”
Tentar explicar Deus, é mais ou
menos assim: ensinar o que é água para quem só conhece areia.
Outra maneira de como é muito
difícil explicar Deus, é imaginarmos as células do seu corpo, tentando explicar
uma para outra, quem é o Ser Humano do qual elas fazem parte. Seria como o
“Efêmero” tentando explicar o que é o “Absoluto”. Ou a “Parte”, tentando
explicar o que é o “Todo”.
Lógico que muitas pessoas dariam
explicações com base em suas crenças. Mas todas as explicações possíveis
deixariam brechas inexplicáveis. Qualquer pessoa ateia rebateria simplesmente
com uma única palavra “falácia”. Por exemplo, uma das explicações da Bíblia de
que “Deus nos fez sua Imagem e Semelhança”. Ainda que toda a humanidade
acreditasse nisso e eu também, tal afirmação abre várias questões, como por
exemplo: o que Deus (ou a Bíblia) quer dizer com “Imagem” e com “Semelhança”?
Poderia ser uma dezena de coisas. Principalmente, tendo em vista que Deus seria
Espírito e nós Matéria. Portanto, o que significa IMAGEM? Talvez por nós também
sermos Espírito. Então deixaríamos de lado a ideia de que Deus é um Senhorzinho
Barbudo, como a maioria acredita. O próprio Deus, segundo a Bíblia, diz a Moisés,
que não há nenhuma imagem capaz de defini-Lo. Tudo fica mais difícil ainda
quando tentamos definir do que se trata SEMELHANÇA. Tal palavra pode gerar
muitas dúvidas do seu real significado.
Não é minha pretensão duvidar de
nada, nem contestar nada. Na verdade, o Puro Amor é EXATAMENTE o contrário do
que ficar criticando e contestando as coisas. Mas sim entender que o Puro Amor
explica tudo. Principalmente aceita todas as teorias possíveis, existentes e as
futuras teorias que possam aparecer. Mas apesar de isto ser simples e fácil de
se entender, em um texto é muito complicado explicar, tendo em vista que
qualquer texto em si próprio, dificilmente carrega as emoções, as dúvidas que
surgem e principalmente o que passa na cabeça de quem escreve.
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