sábado, 3 de setembro de 2011

Colônia...



Um fazendeiro muito rico, empregava em sua fazenda treze agricultores. Esses agricultores moravam neste latifúndio, em casas separadas, cada um com sua respectiva família.

Um dia o fazendeiro reuniu todos os treze chefes de suas respectivas famílias e lhes disse:

- Cada um de vocês tomarão conta de um terreno do mesmo tamanho, para plantarem e cultivarem durante um ano. Neste ano vocês terão instrumentos a vontade para a plantação, materiais e as sementes que quiserem. Receberão o mesmo salário para alimentarem-se e cuidarem bem de suas famílias e no final deste período de um ano, colherão suas produções e me entregarão.

Os homens concordaram e seguiram para suas vidas.

Contudo, durante esse período de um ano, cada um fez do terreno que era sua responsabilidade e das plantações, como sua disposição e sua consciência determinaram.

Alguns mais dispostos e otimistas já deram inicio ao processo, na certeza de que estavam fazendo algo bom. Outros mais pessimistas, preguiçosos e acomodados começaram a bramir em alto e bom som, que estavam trabalhando como escravos, que o patrão não tinha nada para fazer e só sabia dar ordens para eles, que tinham que dar o sangue por algo que não lhes servia de nada.

Convencendo alguns a não fazerem nada, outros ainda pensavam: “todos vamos receber o mesmo salário, os mesmos benefícios, por que eu devo me esforçar? Deixe os otários, puxa-sacos que façam tudo e no final do ano, o patrão terá pago todo mundo igual, sendo que eu não sofri tanto.

O tempo foi passando e muitos foram cansando e desistindo, seguindo as idéias dos amigos acomodados, poucos se esforçando, acreditando que tudo que fizessem traria boas experiências e um grande aprendizado.

Chegando o final do período de um ano, a maioria havia plantado muito pouco ou quase nada e tiveram pouca produção para entregar para o patrão, mas não se preocupavam, porque alguns “os otários” haviam trabalhado e plantado muito, bem como, o salário de todos foi pago igualmente todos os meses.

Bem poucos, uns três no máximo, se esforçaram ao extremo, trabalhando muito, plantando muito, ao ponto de terem que vender parte da produção e comprado mais sementes, e os terrenos de suas responsabilidades já estarem produzindo novamente, quase com uma nova colheita completa.

Esses até reformaram as casas onde moravam, enquanto os outros pensavam: “que idiotas, reformando as casas do patrão.”

Foi quando o patrão chamou os treze pra outra reunião e disse a todos:

- Hoje estou muito feliz por estarmos todos juntos e principalmente porque todas as minhas fazendas deram muito lucro, graças ao trabalho de todos meus funcionários, estou tão feliz, com todo dinheiro que ganhei, que neste momento resolvi dar todos os terrenos que ficaram sob suas responsabilidades, aos respectivos moradores, junto com tudo que produziram.

Os poucos que haviam trabalhado muito, ficaram muito felizes com tudo que fizeram e receberam. Os acomodados, porém, passaram o resto da vida emburrados, bramindo desaforos e maldições ao patrão e aos colegas esforçados.

Essa parábola não pretende propagar o sofrido trabalho capitalista, como se acreditasse que em uma empresa particular isto aconteceria (tanto quanto é duvidoso o fato de existirem bons empregados e bons patrões), mas, é perfeita para demonstrar o que acontece entre alunos de qualquer escola:

A maioria acomodada não faz nada, pensando no fato de não precisar se esforçar e de que as que estudam muito e se esforçam, são otários, chamados de CDFs e puxa-sacos, esses mesmos, que os acomodados sempre tentam tirar proveito na hora de fazerem atividades e avaliações.

Enquanto que, os que se esforçam, independente da cobrança da escola ou dos professores, aprendem muito e possuem muita experiência, conhecimento e bagagem para suas vidas.

Quem desses serão os doutores, ou os ricos, ou os em paz, ou os mais tranqüilos em avaliações, testes, provas, bem como em toda suas vidas? E quais serão os que bramirão ofensas, desagrados, e maldições aos com vida mais tranqüila, doutores, ricos, ou pelo menos com paz e tranqüilidade em sua existência?

Quais culparão seus professores, suas escolas, seus governantes pelo seu próprio fracasso?

By Meier

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